terça-feira, 12 de agosto de 2014

Borboletas?

- Ana, você está bem?
- Não, digo, não sei. Estou, eu acho. Por que pergunta?
- Nada, é que... você não tocou na comida.
- Eu estou sem fome. Na verdade, estou com fome mas estou pensando em mil coisas.
- Mil?
- Ok, uma.
- É o carinha da lanchonete?
- Não.
- É, não é?
- Ok, é.
- Ana, ana... você não disse que ia dar um tempo nos relacionamentos?
- Mas quem disse que estou em um relacionamento?
- Não disse que era um relacionamento sério, Ana. Mas a partir do momento que você está conhecendo alguém, podemos caracterizar isso como um relacionamento.
- Pareceu sério você falando dessa forma.
- Não precisa ser sério, precisa ser sincero. Concorda?
- Sim, claro. Bem... não cheguei a pensar nisso. Ok, pensei sim.
- E o que você pensou?
- Ah, sei lá, eu não me sentia bem assim há um tempinho.
- Nem com o Jorge?
- Não. Você sabe como esse relacionamento foi um tanto quanto desgastante.
- Eu sei.
- Pois é.
- É bom ver você assim. Parece feliz.
- Eu tô. Esse que é o problema. Não queria estar. Isso está me tirando o foco das coisas, e eu nem sei se é recíproco. Ontem eu passei lá pra dar um oi, puxei assunto e nada. Ele foi ríspido. Aí eu pensei que não iria dar em nada e fiquei na minha. Algumas horas depois ele liga dizendo que quer me ver. Você consegue entender isso?
- Sinceridade? Não, rs. Confesso até que deu um nó na minha cabeça.
- Eu fico esperando uma atitude devido os "sinais" que eu recebo, e daí acontece algo totalmente diferente.
- Que situação...
- Nem me fala.
- Mas... você acha que as borboletas voltaram?
- Talvez. E se voltaram, não creio que seja dessa vez que elas irão voar por muito tempo.
- Calma, Ana... calma.

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