quinta-feira, 2 de abril de 2015

Quando me coloquei em primeiro lugar.

- É uma pena, sabe, porque eu realmente gosto de você.
- Eu não acho que você saiba definir o que é gostar de outra pessoa.
- Desde que te conheci eu só penso em você, Caio.
- Eduardo, para.
- Mas é verdade.
- Então, qual a dificuldade em assumir pros outros o que rola entre a gente?
- Tem muita coisa envolvida, não é fácil.
- Sinto muito, mesmo, mas já passei dessa fase. Minha família já sabe de mim, me recuso a entrar no teu armário pra viver lá contigo.
- É só isso que eu posso oferecer.
- Esse é o problema. É pouco. Muito pouco. Eu sei do que eu já passei. Do número de pessoas problemáticas que eu conheci durante minha vida. E, definitivamente, eu mereço algo melhor do que isso.
- Entendo.
- Eu também te entendo. E espero que você encontre alguém que se acomode e se sinta satisfeito com o que você tem pra dar. Mas, preciso ficar livre pra conhecer alguém que queira ao menos me apresentar como namorado pros amigos.
- Vai ser difícil te esquecer, sabia?
- Acho que não. Você sempre me apresentou como um amigo para as outras pessoas, é só você argumentar que a amizade acabou.
- E qual motivo eu dou?
- Isso aí e problema seu. A partir de hoje, Eduardo, eu não tenho mais nada a ver com eles.
- Tudo bem.
- É a primeira vez na minha vida que eu me coloco em primeiro lugar, e que eu aceito, que apesar de gostar muito de ti, essa relação não vai durar nem um curta metragem. Em outro momento, eu te aceitaria. Mas a gente aprende com os erros. Espero que você também aprenda com os seus.
- Como fico sem receber os seus "bom dia" quando acordar?
- Comece a dar bom dia a si mesmo.

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