domingo, 19 de abril de 2015

Eu queria alguém.

Eu queria alguém pra ir ao supermercado comigo. Eu queria alguém pra implicar, pra fazer cara feia quando colocasse no carrinho algum item que eu detestasse. Eu queria alguém pra ver filme junto. Eu queria alguém pra dar as mãos, mesmo que não seja em público. Eu queria alguém pra conversar sobre tudo. Meu dia, meu trabalho, assuntos importantes, temas fúteis. Alguém pra estar em silêncio, sem que parecesse um momento estranho. Alguém que me apoiasse nas minhas decisões. Alguém que discordasse de mim. Alguém que tivesse prazer em ficar lá deitado comigo passando a mão no meu cabelo. Não precisa necessariamente lembrar de datas. Apesar de que eu sempre sei o dia de aniversário de namoro, o primeiro dia que a gente se viu, entre outras datas, eu não costumo cobrar isso do outro. Eu queria alguém pra apresentar pros meus pais. Pra levar nos almoços de família. Pra tomar banho de piscina. Queria ter alguém para quem cozinhar. Nunca cozinhei pra ninguém, mas eu sei. Eu queria alguém com quem eu pudesse me preocupar. Alguém pra cuidar. Alguém que me chamasse sempre que precisasse. Queria ser o telefone de alguém para emergências. Queria que alguém também fosse o meu. Queria ser o cara da vida de alguém. E que alguém fosse o cara da minha vida. Oi, amor. Está tudo bem? Se cuida! Qualquer coisa estou aqui. Conta comigo! Vi uma coisa que é a sua cara. Amor, escuta essa música, acho que vai gostar. Queria conhecer as músicas favoritas de alguém. A cor que mais agrada. A comida que mais detesta. O doce que mais ama. O salgado que o faz desistir da dieta. As manias. Os medos. Os sonhos. Os traumas. Queria alguém que sentisse ciúme de mim, desde que não seja doentio. Queria alguém pra chamar de amor. Alguém que sentasse do outro lado da gangorra comigo e que quisesse ficar em equilíbrio, até que um dos dois cansasse.

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