domingo, 31 de janeiro de 2016

Você demorou muito.

Foi automático: eu andei na sua direção com o coração na mão, te abracei, e puft: eu já não tinha mais nenhum controle sobre mim. Nem lembro da última que me senti assim por alguém. Nem lembro da última vez que meus olhos ficaram marejados, só de pensar em acordar no dia seguinte e não ver uma mensagem nova na tela do celular. Eu li em algum lugar que quando eu encontrasse a pessoa certa, a famosa "the one", ela conseguiria montar todo o quebra-cabeça que havia virado meu coração. Todo estraçalhado, fruto de amores errados. E agora eu me sinto novinho em folha. Que saudade que eu tinha de mim mesmo. Que saudade eu tinha de ser romântico. De chorar por coisas bobas. Eu que achei que nunca mais voltaria a ser aquele cara sensível das cartas com letra feia. Pensei que nunca mais teria vontade de planejar surpresas. De recortar coração vermelho em cartolina. Foi da noite pro dia. Foi como recuperar a memória depois de anos de amnésia. Sem saber onde eu estava. Para onde iria. E muito menos quem eu era. Quando você me abraça, eu sinto como se não tivesse mais ninguém em volta. E isso poderia muito bem ser em um show lotado num estádio de futebol. Sim, eu me sentiria da mesma maneira. Sinto uma vontade incontrolável de te beijar, e eu poderia muito bem passar um dia inteiro com a minha boca colada na sua. Um dia não, vários. Faz menos de dez horas que a gente se abraçou, e parece que eu não te vejo há semanas. O que é isso? O que é essa saudade que só cresce com o passar dos dias? Quanto mais te tenho, menos quero te ter longe de mim. É verdade, você demorou muito. Minha vida inteira. Mas só Deus sabe como meu coração hoje está feliz com a sua chegada. Não foi antes, e nem depois. Foi na hora certa.

Um comentário:

  1. Ainda um romântico, meu caro. Que seja doce, como escreveu um dia, certo Caio F. Abreu! ^^

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