segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Caixa postal.

Até que um dia você decidiu discar meu número. De tanto tocar caiu na caixa postal. No dia seguinte, quando acordei, haviam mais de dez chamadas não atendidas. Ignorei. Não sei, não faço a mínima ideia do que você queria me dizer, se é que teria mesmo algo de importante a ser dito. Eu lembro muito bem onde nós estávamos há duas semanas atrás. Deitados na cama, lado a lado, compartilhando histórias, experiências, por horas a fio. No dia seguinte, eu liguei, conforme havíamos combinado, você atendeu e disse que não podia falar naquele momento, que retornava mais tarde. O "mais tarde" durou vários dias sem dar sinal de vida. Até que eu larguei de mão. Ir atrás, ficar em cima, pra que? Por que? Se você não veio, é porque não queria vir e ponto final. Não tenho que ficar choramingando pelos cantos, a vida segue. Ah, e como segue. Você nem sabia, mas era a minha última tentativa. Aquela na qual eu apostei todas as fichas que me sobravam no bolso. "Só mais essa vez", disse a mim mesmo. Como alguém que tenta insistir, mesmo se esforçando ao máximo para permanecer de pé. Foi como uma partida de sinuca onde nenhuma bola caía. Foi um arremesso mal sucedido no boliche, onde eu acompanhei a bola ir rapidamente para à esquerda, deixando todos os pinos intactos. E eu que pensei que dessa vez seria diferente. Não foi. Só Deus sabe se um dia vai ser.

2 comentários:

  1. Há muito tempo que não venho por aqui. Cada vez melhor! Mas, vamos ao texto... Pois é, são as aventuras e as desventuras da paixão. As razões de cada um em conflito, choques de opinião.

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  2. Que rabia e desacougo entra lendo isto =(

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